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domingo, 15 de março de 2009

OS OBJETIVOS II




Crônica 31


Vamos abordar algumas características dos objetivos. Primeiro, eles têm que ser realistas, isto é, realizáveis. Você não pode ter como objetivo ser bailarina profissional aos quarenta anos, pois o seu corpo já passou do tempo para este tipo de atividade. Isto só acarretaria tristeza e frustração. Logo um objetivo é algo que você pode conseguir.
Em segundo lugar, se para se alcançar um objetivo, você precisa esperar alguns anos, pense em dividi-lo em etapas, caso contrário, há o risco de você desistir, porque você não terá paciência e perseverança para agir durante tanto tempo, sem ver resultado.
Depois verifique se o objetivo é específico e mensurável. Se o seu objetivo é ter bem-estar ou felicidade, como saber se o atingiu? Mas se for perder dez quilos dos seus atuais oitenta, em um determinado tempo, você tem um objetivo delimitado e capaz de ser reconhecido. Basta olhar a balança e você verá que seus esforços estão tendo êxito. E, mais magra, você certamente se sentirá melhor e mais feliz.
Por último, o objetivo tem que ser algo que dependa só de você. Se o seu objetivo for ser mãe de um engenheiro ou de um pintor, você está apenas mostrando desejo de controlar a vida alheia, e não de realizar a sua. Se for o caso de outra pessoa ter que fazer algo para concretizar o seu desejo, este desejo tem que ser dos dois, e não só de você. Lembre-se: todo objetivo prescinde da participação de outros.
Vamos a um exemplo. Suponhamos que eu queira fazer um concurso público para uma carreira fora de minha área. Logo meu objetivo é a realização financeira, e já não a profissional. O primeiro passo, então, é escolher a área, depois buscar informações a respeito das provas, frequentar um curso preparatório e estudar também em casa. Ora, todos sabemos que estes concursos são bem concorridos e que as provas são difíceis, ainda mais por serem de área diversa da nossa formação. Isto significa que os poucos que são classificados e chamados pelo governo tiveram que estudar durante anos. Em outras palavras, é um objetivo a longo prazo.
Temos aqui um propósito específico, a aprovação em um determinado concurso público, e não um desejo vago de estabilidade financeira. Agora se ele é realista ou não vai depender de várias circunstâncias: a formação, a cultura, a capacidade de aprendizagem, o material usado para estudo, os cursos, o tempo dedicado ao estudo, a perseverança...
Neste caso, convém dividir o objetivo em inúmeras etapas. No lugar de pensar que tenho que aprender toda a gramática da língua portuguesa em dois anos, penso em estudar, por exemplo, sintaxe, no primeiro semestre. E, melhor, faço um organograma do estudo e, assim, sei que a primeira semana será dedicada à concordância verbal. Quando fizer os exercícios só sobre esta matéria, será fácil avaliar meu rendimento e a realização do estudo dentro do prazo predeterminado. São as pequenas satisfações e conquistas que me manterão com disposição para levar o projeto durante os anos necessários.
Lembrem-se de que o objetivo de se preparar é um e o de passar, outro. A aprovação é a possível consequência. A propósito, muitos confundem consequência com finalidade. Ambas as idéias de fato se referem a fatos posteriores, mas são bem diferentes. O melhor advogado é aquele que teve como finalidade seguir esta carreira, e não como consequência de seu curso de Direito. Por outro lado, a maternidade e a paternidade devem ser a consequencia de um bom relacionamento a dois, e não a finalidade de um só ou mesmo do casal.
Toda consequência, sabemos, tem uma causa a seu lado, antecedendo-a. E a finalidade, ou seja, o objetivo, também tem alguma causa? Que tal, então, nos olharmos como as causas de nossas consequências, afinal estamos sempre no lugar para onde nós mesmos nos levamos?

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